Partilhar a experiência acumulada de médicos e nutricionistas foi um dos objetivos deste livro, que conta com o apoio da Thermo Fisher. O Dr. Jorge Amil Dias sublinha “a postura ética correta e exemplar que a empresa adotou em todo o processo, respeitando completamente a critério editorial dos autores e do coordenador”.
Tal como o título sugere, a obra reúne as respostas a questões que os profissionais de saúde colocam com frequência aos especialistas que se dedicam ao diagnóstico e tratamento da doença celíaca. “Os médicos, enfermeiros e nutricionistas conhecem seguramente as grandes questões relacionadas com a doença celíaca, mas há numerosas dúvidas acerca da vivência diária de um celíaco, que podem ser esclarecidas nas páginas deste livro”, assegura o gastrenterologista pediátrico, referindo que “a seleção de perguntas foi feita a partir de um brainstorming de todos os autores, em que cada um teve inteira liberdade de formular as perguntas que lhes são diariamente colocadas pelos doentes e familiares. Da lista geral trabalhou-se no consenso do que seria mais útil e interessante para o leitor e para os doentes”.
O livro resulta, assim, num olhar multidisciplinar sobre o diagnóstico e tratamento da doença celíaca. “Reunimos uma equipa com muitos anos de experiência nesta doença constituída por gastrenterologistas pediátricos, anatomopatologistas e nutricionistas”, refere o Dr. Jorge Amil Dias.
“É seguro diagnosticar doença celíaca sem biópsias?” foi uma questão “simples” que teve uma resposta complexa.”Se é verdade que o avanço dos meios de diagnóstico laboratoriais progrediram muito e há algumas situações em que o diagnóstico não invasivo pode ser feito, segundo a evidência existente essas situações são ainda a exceção e não a regra, pelo que foi colocado um cuidado especial nessa informação. Recomenda-se fortemente que a decisão de estabelecer o diagnóstico, sem demonstração histológica, seja tomada por um médico experiente na identificação de doentes celíacos e apenas perante sólida evidência clínica e laboratorial”, diz o Dr. Jorge Amil Dias.
Quando questionado sobre a pergunta mais fácil de responder, o pediatra mencionou a seguinte: “Durante anos o diagnóstico baseava-se na realização de três biópsias! Isso era errado ou excessivo?”. Segundo refere, esta questão ocorre em algumas pessoas menos informadas sobre a evolução da patologia digestiva pediátrica. “Nos anos 70 e 80 havia várias outras causas frequentes de enteropatia (infeciosas, de outras intolerâncias alimentares), pelo que a identificação exata da doença celíaca (que exige dieta definitiva) devia ser confirmada com rigor, isto é, através da biópsia inicial, de remissão e de recaída após re-exposição. Só mais recentemente é que se acumulou suficiente experiência com o uso de marcadores serológicos sensíveis e específicos que permitem reduzir de forma significativa o risco de erro diagnóstico, bem como o número de biópsias necessárias para um diagnóstico correto”, indica o gastrenterologista pediátrico.